CONHECIMENTO,  NOTICIAS

MAINSTREAM OU UNDERGROUND QUAL É A DIFERENÇA?

Underground-660x400

Afinal, qual é a diferença entre Mainstream e Underground?

Alguns irão dizer: “Simples, mainstream é tudo que está em destaque na mídia e underground não!”. Pois estão enganados! Seguindo esse raciocínio nós poderíamos dizer então que Carl Cox e Marco Carola por exemplo são Mainstream? Ou você vai dizer que ambos não estão em destaque na mídia? Estão e não é de hoje não, tem muito tempo! Se não conhece aproveita pra pesquisar e conhecer mais um pouquinho da música eletrônica e sua história… Eu poderia citar ainda muitos outros não só do techno e house, que também fazem um enorme sucesso em suas vertentes, que tem cachês altíssimos, milhões de seguidores, e que, como os dois que eu citei, fazem sim música Underground!

É claro, que tem gente que acha que só psy trance é underground, ou que só techno oldschool, ou que só o house mais puro, enfim, pra esses eu sinto informar mas isso é só o seu gosto, não é questão de ser ou não underground, ok? Se vocês quiserem entender a diferença abram a cabeça e leiam o restante do texto, acredito que ao final dele vocês possam ter uma outra visão.

Acontece que todo músico ou produtor sabe bem a diferença, ou pelo menos deveria saber, mas talvez pouco se fale sobre isso, portanto o grande público muitas vezes acaba se confundindo e entendendo tudo errado, mas vamos lá, dessa vez vocês irão entender. Se você fizer uma rápida pesquisa no google por “sinônimos” em português dessas duas palavrinhas mágicas, já vai poder começar a ter uma idéia melhor dos seus reais significados:



728x90

Underground-vs-mainstream500x350

Comercial X Conceitual

Esses “sinônimos” em português já dão uma boa dica, não? Comercial logicamente é aquilo que é mais facilmente comercializado, que alcança um público maior etc, e conceitual é algo que parte de um conceito, algo por vezes inovador, e que irá agradar ouvidos mais apurados. Se você for procurar por antônimo ou oposto de popular irá encontrar algumas palavras como erudito, distinto, singular, notável, esquisito, transcendente, estranho, sublime, incomum, superior, inabitual, excepcional e até aristocrata, antipático e nobre (risos).

Ao chegar nesse ponto, aqueles que rapidamente disseram com muita propriedade qual a diferença entre os dois, podem dizer: “Mas ué, isso é exatamente o que eu falei, comercial ou popular é o que tem grande destaque na mídia e o conceitual ou seja lá qual for o nome, não”. Sim e não! E eu vou finalmente explicar o porque essa afirmação simplista não está 100% certa com um exemplo igualmente simplista:

Se o dark trance (não é meu gosto pessoal, mas peguei o exemplo mais extremo mesmo propositalmente) um dia cair nas graças do grande público, poderá ser considerado comercial ou mainstream?

Não! Nunca!

“Ah, mas isso já aconteceu com o Drum and Bass, com o Psy Trance, com o Deep House, com o Dubstep e até com o Techno e Minimal” alguém pode dizer, e eu respondo mais uma vez, sim e não!

Todos esses estilos realmente tiveram ou estão tendo seus momentos de grande destaque, mas porque passou-se a se fazer tais estilos nas respectivas épocas de maior destaque, com elementos e estruturas sabidamente usadas pelo pop/mainstream/comercial etc. E é aí justamente onde está a diferença entre uma música comercial e uma música conceitual, suas estruturas e elementos.

Os estilos que vieram do underground e em algum momento “viraram mainstream” só o fizeram por alguns artistas usarem estruturas e elementos do comercial em suas músicas, mas todos os estilos continuaram existindo também no underground paralelamente aos nomes que alcançaram o “tão sonhado mainstream”.



Banners 728x90

A música pop ou mainstream, segue uma estrutura que sabidamente funciona, e é de fácil assimilação, já a música conceitual como o nome já diz, cria conceitos, é de vanguarda, ou seja, não segue nenhuma formula ou estrutura necessariamente, isso te permite inovar a cada nova música, e essa é a maravilha da coisa (para alguns, para outros não, preferem usar formulas e ok, desde que te faça feliz meu amigo!)

Por exemplo o Psy Trance, mais especificamente o Full On, teve a época que caiu no “gosto popular” digamos assim, por que? Porque nessa época que usou-se demasiadamente vocais bem comerciais (elementos) nas tracks, surgiram diversos remixes de bandas, músicos e djs do mainstream (seguindo-se a suas estruturas) em versão Psy etc, mas paralelamente a isso continuou-se fazendo psy trance underground sem se usar desses elementos ou estruturas, e depois desse boom o estilo voltou ao “status” de “apenas underground”, quanto tempo isso irá durar não se sabe, mas eu acho que bem pouco, a julgar pelo que tem surgido de “novo” no Psy Trance mundial.

O Deep House por exemplo, passa pelo mesmo momento atualmente, que o Psy já passou, e até o Techno e Minimal, principalmente no Brasil, também passam por momentos semelhantes com suas estruturas cheias de drops bombantes, vocais (muitos inclusive em português) etc. Se eu acho ruim isso acontecer? Leia meu último artigo que você irá ver que com certeza acho ótimo! Não faço e não toco, mas acho ótimo claro, com a popularização da música eletrônica seja de qual forma for, todo mundo ganha! O underground só tem a ganhar com o mainstream, e vice e versa, um alimenta o outro e isso que é o principal a se entender, o conceitual/underground cria conceitos/elementos/estruturas de vanguarda das quais o comercial/mainstream se alimenta e se inspira, assim como o comercial alimenta o underground por exemplo com o público, afinal de contas, como falei da última vez, boa parte do público do mainstream hoje é possivelmente público do underground amanhã pois os ouvidos são treináveis!

 

Deixe uma resposta